terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nova gripe pode atacar humanos


Pelo menos 162 focas, a maioria bebês, morreram na costa da Nova Inglaterra (EUA) afetadas pelo que parece ser uma nova variação do vírus influenza. A infecção provavelmente aconteceu após o contato com aves contaminadas.


A morte dos animais começou a ser detectada em setembro do ano passado. Ao analisar os corpos, os cientistas verificaram que as características não se encaixavam em outras formas naturais de mortandade, como inanição, ou mesmo outras doenças.

Indo mais a fundo, detectou-se a variação do Influenza, um vírus com alta capacidade de mutação e adaptação.

A nova gripe que está atingindo as focas é um vírus H3N8, uma categoria que também infecta cachorros e cavalos.

Segundo os autores do trabalho, publicado na revista "mBio", ainda não está claro o grau de ameaça que o novo vírus impõe. De qualquer maneira, é preciso ficar atento.

Vários animais, incluindo focas, morcegos, pássaros, porcos, cachorros e até mesmo baleias podem pegar um tipo de gripe, conhecida com influenza A. Esses vírus conseguem se adaptar e infectar populações humanas.

Pássaros selvagens são a fonte primária de todos os influenza A, mas os vírus podem "pular" de uma espécie para outra, ou mesmo se recombinar. Em geral, os resultados são mortais.

Conhecida como gripe suína, a gripe provocada pelo H1N1 causou pânico em 2009. A pandemia foi resultado da combinação de vírus que infectavam suínos, pássaros e humanos.

Embora os pássaros possam contaminar os mamíferos, em geral os vírus não são transmitidos entre eles. O novo vírus das focas, porém, conseguiu romper essa barreira e se disseminar também de uma foca para outra. Algo parecido com que os vírus mortais de anos atrás também fizeram.

MUTAÇÕES POLÊMICAS 

No ano passado, dois grupos de pesquisadores conseguiram, em pesquisas independentes, alterar o vírus da gripe com mutações que tornavam mais fácil sua disseminação entre mamíferos.

O governo dos EUA decidiu intervir e pediu que as revistas científicas "Science" e "Nature" não publicassem os resultados. Os americanos alegaram que as informações poderiam cair nas mãos de terroristas, que teriam então uma "receita" para a produção de armas biológicas.

Os cientistas afirmaram que muitas dessas mutações já estavam disponíveis na natureza, e que o melhor a fazer era estudar a fundo essas adaptações para conseguir se antecipar a possíveis cepas mortais do influenza.

Após uma moratória de alguns meses nas pesquisas, os estudos foram publicados.

A natureza, como se vê agora, não interrompeu seus trabalhos.

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